domingo, 20 de março de 2011 8:42
Evandro De Marco
Do Diário do Grande ABC
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Enquanto Ribeirão Pires segue a linha adotada pela Capital de oficializar o bico para policiais militares, outras cidades da região apostam na (GCM) Guarda Civil Municipal para intensificar a segurança no município, utilizando seu próprio efetivo, aproveitando as horas de folga de seus guardas.
Em Santo André, parte do efetivo também costuma trabalhar durante as folgas, alguns são regidos pela CLT e outros estatutários, mas ainda assim, ambos recebem hora extra.
São Caetano alega que as convocações extras de seus GCMs não são frequentes; acontecem apenas em casos especiais. A explicação é que o efetivo é considerado suficiente.
ATIVIDADE DELEGADA - Em vez de contar com os guardas-municipais em seus dias de folga, Ribeirão Pires foi a primeira cidade da região a aprovar a contratação de 16 policiais militares para trabalhar em turnos extras.
Cada um dos escolhidos terá ganho aproximado de R$ 100 por dia, trabalhando com uniforme e equipamentos da Polícia Militar, mas pago pela municipalidade.
"O governo do Estado já paga salário para os policiais militares. O que a Prefeitura de Ribeirão Pires precisa fazer é investir e valorizar a GCM (Guarda Civil Municipal), que é do município", disse o presidente do Sindguardas (Sindicato dos Guardas-Civis Municipais Ativos e Inativos de São Caetano, Mauá e Ribeirão Pires), Nilton Taveira.
Cansaço pode comprometer trabalho
O delegado do Sindicato dos Investigadores e Associação dos Investigadores da Região do ABC, Jorge Maciel, chama a atenção para o perigo. "É só somar a quantidade de horas que esses policiais irão trabalhar e ver se eles terão condições de prestar um serviço de qualidade à população."
A carga horária em excesso também é apontada como fator preocupante pelo especialista em segurança Guaracy Mingardi - doutor em Ciência Política da USP (Universidade de São Paulo) e membro do Fórum Brasileiro de Segurança. "Teremos pessoas cansadas e, pior, usando armas na cintura", salientou Mingardi.
Para o especialista, o bico oficial mostra a incapacidade do Estado em solucionar os problemas relacionados à segurança pública. "O que se deveria fazer é aumentar os efetivos e melhorar as remunerações."
Apesar de não concordar com a atividade extra, Maciel acredita que. se o bico legalizado for estendido também aos policiais civis, a aceitação será imediata. "Todos querem ganhar mais, e muitos acabam trabalhando todo dia, como acontece nesse bico (Atividade Delegada)".
Apesar de apontar todos os fatores contra a adoção deste sistema, Mingardi acredita que o bico oficial é mais indicado do que as atividades extras. "Pelo menos, eles (policiais militares) estarão melhor preparados e equipados nestas situações", disse.
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