11 dezembro 2011

POLICIAIS DO GOE SP




Sou um dos policiais que tomaram bonde do GOE. Diferentemente do que muitos pensam, não somos playboys e nem fazíamos trabalho de PM. A grande maioria de nós mal tinha tempo para dormir entre os plantões, que muitas vezes se estendiam para mais de 12 horas. Muitas vezes nos chamaram para cumprir mandados de busca ou de prisão ao final de nosso plantão, o que o estendia para mais 5 ou 6 horas além das 12 já trabalhadas. Ás vezes reclamávamos sim pela falta de tempo ou pelo plantão muito longo, mas na maioria das vezes estávamos felizes por estarmos além do horário, pois estávamos por fazer o que gostamos.
Realmente, como alguns disseram, patrulhar ruas não é coisa para Policial Civil, e sim para PM, o que não os torna menos dignos, ao menos não os que trabalham honestamente, como a maioria dos Policiais Civis, inclusive os dos plantões das delegacias, entre os quais tenho muitos amigos de caráter. Entre plantões, bicos e estudos, muitos de nós chegávamos a “tirar um cochilo” no alojamento da base em vez de ir para casa dormir, pois sempre foi necessário fazer bico e estudar, portanto o tempo perdido para ir até nossos lares e retornar ao plantão que logo se iniciaria novamente era muito precioso e o usávamos para descansar um pouco e estarmos em condições de reassumirmos o plantão. Nossa escala era de 2 X 4, ou seja, trabalhávamos 2 noites seguidas e teoricamente folgávamos 4, pois no primeiro dia de folga já havíamos trabalhado das 00:00 até às 08:00.
Nosso Piloto, como todos já sabem, o Dr. Alexandre, não é playboy bombado, aliás nem playboy e nem bombado. A grande maioria de nós não é, como alguns insistem em dizer. Assim como todos os policiais HONESTOS, nosso piloto também tem seus problemas, inclusive financeiros.
A disciplina é o principal pilar de uma equipe tática, seja ela militar ou não. Todos nós do extinto Grupo 30 sempre fomos contra fazer as famosas rondas, porém, devemos obediência a nossos superiores HIERÁRQUICOS como qualquer policial, civil ou militar. Como muitos disseram, concordamos que não deveríamos fazer as tais rondas e que deveríamos treinar a maior parte do tempo e sair apenas com objetivo certo. Todas as delegacias deveriam ser OBRIGADAS a solicitar o apoio do GOE ao final de uma investigação, na hora de dar as canas, nem que seja apenas para garantir se der alguma merda, mas sabemos que, justamente por não ser obrigatório isso não ocorre, em alguns caso por medo do GOE tomar a cana e em outros porque o GOE atrapalharia no “acerto”. Particularmente eu quero que se dane quantas canas cada policial deu. Pra mim, se eu conseguir ajudar a algum colega que se encontre em dificuldades, não preciso dar cana nenhuma. Se eu der alguma cana, me preocupo muito mais com a qualidade do serviço prestado do que com a quantidade.
Fomos excluídos do GOE ao final de dois dias de plantão em que uma das equipes deu um flagrante de roubo na hora em que ia fazer o 36, pois apesar de não ser PM, não vamos ignorar um delito ao nos depararmos com ele. No segundo dia nosso Grupo inteiro foi auxiliar equipes de investigadores do 35º DP a cumprir mandados de busca e de prisão no município de Indaiatuba. Conseguimos apreender armas, ferramentas usadas para arrombar caixas eletrônicos e dois suspeitos, um deles com mandado de prisão em aberto. Ao concluirmos este apoio ao pessoal do 35º DP nosso supervisor reuniu todo o grupo em nossa academia e proferiu as seguintes palavras:
“Senhores do Grupo 30, vou anunciar alguns nomes e quando eu terminar, os policiais citados devem ir até a chefia do GOE para entregar seus equipamentos e pegar seus ofícios de recolha, pois vocês não têm o perfil adequado que esta chefia entende ser necessário para fazer parte do GOE.”
Após isso anunciou um a um os 14 nomes, incluindo o do nosso Piloto, virou as costas e saiu sem dizer mais palavra alguma.
A nós não foi dito nada mais além disso. A única justificativa dada foi a de que não temos o perfil adequado para fazer parte do GOE.
Não sabemos ainda onde iremos trabalhar no DECAP, pois recolheram nossos ofícios e vão nos ligar para retornarmos à sede tão logo decidam o que fazer com cada um de nós.
Em todos os lugares há os bons profissinais, mas há também os maus seja em delegacias, departamentos ou em grupos especializados. Agora pergunto: Todos os 14 policiais excluídos do GOE são maus policiais???? Com certeza não.

" Ofende os bons, quem poupa os maus "

5 comentários:

  1. Não tenho palavras para expressar a minha indignação com tamanha falta de respeito com esses profissionais....infelizmente o ego fala mais alto.

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  2. Estou emputecido com a atitude desse Ricardo Petisco que é supervisor do GOE. Esse cara, para quem não conhece é um belo dum puxa-saco e cagueta do diretor! Também é famoso na PC por ter sido demitido! Nunca prendeu nem o dedo na porta e é nomeado como comandante do famoso GOE. Só na PC! Força aos injustiçados!

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  3. Colega e vc se surpreende? Os maus são sempre beneficiados.....não é preciso profissionalismo, basta apenas ser um tremendo puxa saco.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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Muito obrigado pela sua contribuição.
Inspetor Frederico

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