Gilberto Abelha / Jornal de Londrina
Guardas municipais em patrulhamento no Calçadão de Londrina. No próximo ano, mais 300 agentes devem reforçar a fiscalização na cidadeUM ANO DEPOIS
Guarda Municipal aumenta sensação de segurança em Londrina
Mesmo com polêmicas envolvendo a criação da Guarda, moradores e comerciantes consideram positivo o saldo do primeiro ano de funcionamento da corporação
05/07/2011 | 00:00Amanda de Santa
Em 5 de julho de 2010, 247 agentes foram às ruas para cuidar principalmente do patrimônio público. Além disso, o estatuto da corporação prevê o auxílio na fiscalização do trânsito da cidade, proteção de escolas públicas, parques municipais e áreas de interesse ambiental, fiscalização do comércio ambulante entre outras diversas atribuições.
Guarda também se envolveu em polêmicas
Desde a criação, a Guarda Municipal também coleciona notícias negativas. Entre elas a suspeita de irregularidades durante o treinamento dos agentes de segurança. UmaComissão Especial de Inquérito (CEI) da Guarda Municipal foi aberta para investigar o caso, que concluiu que a Prefeitura efetuou pagamentos para a Delmondes & Dias, deCampo Grande (MS), por serviços não prestados, entre eles o curso de tiro que custou R$ 39 mil.
Em setembro de 2010, um rapaz recebeu golpes de cassetete e disparos de choque na nuca, efetuados por dois guardas municipais no estacionamento da Câmara de Vereadores. Às testemunhas, um dos guardas confirmou que a arma de choque era pessoal. Outra ocorrência de agressão foi contra um jovem de 17 anos, em janeiro deste ano. Ele disse ter sido abordado por dois agentes, que após o algemarem o conduziram até um módulo da Guarda, local onde teriam ocorrido as agressões.
Em abril deste ano, um guarda municipal atirou acidentalmente contra a própria perna dentro do Pronto Atendimento Municipal (PAM). Ele responderá criminalmente por porte ilegal de arma.
Na avaliação do Conselho Municipal de Segurança, de uma forma geral, a Guarda tem cumprido o seu papel. “Está ajudando a melhorar nossos índices de segurança”, afirmaCláudio Espiga, membro do Conselho. A opinião é compartilhada pela gerente de uma loja de roupas no Calçadão Marcilene Mendes Deoces. “Está bem melhor. Antes faltava policiamento”, afirma.
Durante o primeiro ano, houve uma redução no efetivo. O número de guardas caiu para 236. Segundo o secretário municipal de Defesa Social, Joaquim Antônio de Melo, 11 deixaram a Guarda porque foram aprovados em concursos públicos. Para compensar, mais 300 guardas municipais serão contratados via concurso público. “Estamos com o processo licitatório em andamento”, informou. As primeiras 90 armas de fogo devem chegar em cerca de 60 dias. O treinamento dos agentes será realizado pela Polícia Militar.
Hoje, todos os agentes são equipados com algemas, coletes a prova de balas e tonfa – um tipo de cassetete. A Guarda possui 19 viaturas, entre elas nove motocicletas, e outras 10 bicicletas. Segundo Melo, até o final desta semana, devem chegar outras 16 viaturas compradas com recursos do Pronasci, além de etilômetros e decibelímetros, que serão usados em fiscalizações no trânsito e em parceria com aSecretaria do Meio Ambiente, respectivamente. O investimento total é de R$ 3 milhões. A Guarda tem base instalada nos distritos de Paiquerê, São Luiz e Warta.
O aumento do efetivo vai atender em parte a principal reclamação dos comerciantes ouvidos pela reportagem. “Eles ficam mais no Calçadão”, reclama Wagner Tomé da Silva, o gerente de uma loja de móveis e eletrodomésticos localizada na Rua Benjamin Constant. Apesar disso, Silva diz se sentir mais seguro com a presença dos guardas no centro.
Glaucia Cardeal Garcia Francisco, gerente de uma loja de calçados na Rua Pio XII, também acha que os guardas deveriam circular mais pela cidade. “Os guardas deveriam se espalhar mais e ficar até um pouco mais tarde”, opina. Mas reconhece que se sente mais segura desde a criação da Guarda Municipal. “Para o primeiro ano, começou com o pé direito”, avalia o secretário Antônio de Melo.
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