31 janeiro 2011

Quando se mantem a lei e a ordem as vezes as pedradas e mentiras são inevitáveis



O drama de quem vive nas ruas de Curitiba

Pelo menos 2.776 pessoas com mais de 18 anos são moradoras de rua. Além da falta de casa e comida, eles ainda sofrem preconceito e violência
  30/01/11 às 17:50  |  João Pedro Schonarth
Jeferson Oliveira, 29 anos mora embaixo do viaduto Capanema há mais de 2 anos (foto: Franklin de Freitas)
Jeferson Oliveira, de 29 anos, mora embaixo do viaduto Capanema há mais de dois  anos. Como muitos  moradores de rua, chegou do interior do Estado com a perspectiva de arrumar emprego, alugar uma casa, mas tudo deu errado.  Hoje divide  o local com cerca de 10 pessoas, que vivem de forma organizada. Eles tem móveis, roupas, colchões, a maioria por doações e achados nas ruas. Até mesmo improvisaram um chuveiro com uma lata de tinta velha. Claro que todos têm a esperança de uma vida melhor . Mas enquanto não chega, lutam contra as dificuldades e  o preconceito.
Curitiba é a capital brasileira com maior número de pessoas morando em situação de rua em relação a sua população total. De acordo com o último levantamento do Ministério do Desenvolvimento Social, em 2008 viviam nas ruas da capital paranaense pelo menos 2.776 pessoas com mais de 18 anos. Apesar de antigo, o dado é desconhecido por muitos curitibanos – e aparentemente por muitos governantes –, o que reflete a invisibilidade social a que estas pessoas estão submetidas.
Dormir na rua é a principal opção para uma população que tem como oferta 320 leitos em um abrigo da Fundação de Ação Social (FAS), mantido pela Prefeitura de Curitiba – cada morador em situação de rua precisa disputar vaga com outras oito pessoas. Em outro local mantido pela FAS, a casa de convivência João Durvalino, há 40 vagas para moradores de rua realizar oficinas que promovem a ressocialização destas pessoas. Porém, o local é utilizado apenas para alimentação, já que não há atividades ao longo do dia.
Para o coordenador do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR), Leonildo José Monteiro Filho, é preciso que haja políticas públicas que tragam visibilidade a esta população e não medidas assistenciais e paliativas. “Muita gente tem a ideia que a pessoa mora na rua porque quer, porque gosta. Não é assim. Ela não tem para onde ir, em Curitiba especialmente. Por que não há políticas públicas integradas, para promover a reinserção destas pessoas, como um plano de habitação e qualificação profissional?”, questiona Monteiro Filho.
O Movimento Nacional da População de Rua atua junto a esta população para que eles tenham consciência de seus direitos, já que muitos deles sofrem agressões cotidianas e muitas vezes não têm a quem recorrer. “Não é porque está na rua que a pessoa pode ser agredida. Aliás, o maior causador de violência é a polícia, em especial a Guarda Municipal de Curitiba”, relata o coordenador paranaense do movimento.
A opinião é compartilhada pela assistente social do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Direitos Constitucionais do Ministério Público, Sandra Mancino. Segundo ela, a violência sofrida pelos moradores se dá por diversas maneiras, como serem obrigados a sair de determinados locais e não terem condições de realizarem sua higiene pessoal. “As ruas e praças são locais públicos, onde todos têm o direito de estar. Porém, estas pessoas não são permitidas de se reunirem, porque logo são ‘convidadas a se retirarem’. Geralmente a bebida deles é retirada, mas nós sabemos que os jovens de classe média estão bebendo na frente dos shoppings e ninguém faz nada. Além disso, não há banheiros públicos em Curitiba e esta população tem muita dificuldade para ir ao banheiro. A vida deles é uma imensa dificuldade”, salienta Sandra. A agressão mais grave, porém, é a física – motivadas por atitudes de extremo preconceito com esta população, vulnerável a estes riscos. “Eles denunciam muito a violência policial, principalmente pela Guarda Municipal. Eles vêm ao Ministério Público para denunciar os frequentes abusos da Guarda Municipal. O problema é que muitas vezes não conseguem identificar o agente violador”, afirma a assistente social.
O coordenador do MNPR, entretanto, conseguiu identificar o guarda municipal que agrediu um adolescente na Casa João Durvalino. Monteiro Filho frequenta o local rotineiramente e em uma das suas passagens ele presenciou a agressão. “Depois que eu vi ele dando um tapa no rosto do jovem eu denunciei o agente para a ouvidoria da Guarda Municipal e também ao Ministério Público. Porém, depois disso, eu comecei a receber ameaças do guarda, que falou para outras pessoas que ia ‘plantar’ um flagrante em mim e ia me levar preso”, conta Monteiro Filho. “Desde então, eu tenho que ir até o local, onde também desenvolvo meu trabalho, junto de outras pessoas, para evitar ficar sozinho e sofrer na mão do guarda”, lamenta o coordenador do movimento.
Procurada pela reportagem, a Guarda Municipal não quis comentar o caso. A assessoria informou que, após o contato da reportagem, o guarda, que já tinha um processo administrativo em curso, foi transferido da Casa João Durvalino até que seja concluída a investigação.
A FAS também foi procurada para comentar o assunto, mas a assessoria informou que a Fundação está passando por um processo de reorganização, inclusive com mudanças na direção do resgate, e que está realizando um diagnóstico da situação da entidade.

Fonte: http://www.bemparana.com.br/index.php?n=170464&t=o-drama-de-quem-vive-nas-ruas-de-curitiba

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É uma pena que se preocupem com mentiras e hipocrisia.

Alguns moradores de rua colocaram a faca no pescoço da minha esposa na frente do meu filho de cinco anos e exigiram dinheiro. Por sorte tinha um Guarda Municipal que viu a situação no sinaleiro e correu em direção dos coitados moradores de rua, esses correram fugindo em várias direções, pouco tempo depois o Guarda Municipal compareceu ao local novamente trazendo o meliante. Fomos todos a Delegacia do Adolescente pois além de morador de rua ainda o individuo "cidadão" é menor de idade, ou seja, não responde pela pratica delituosa como crime mas sim apenas e tão somente ato infracional.  Quando vou para o centro da cidade, vemos por algumas vezes este morador de rua na mesma "rua" Barão do Cerro Azul com treze de maio, ou na praça tiradentes, muitas vezes queimando crak em latinhas de refrigerante.
É esse país é injusto um marginal deste não merece ser importunado por profissionais que buscam fazer com que a cidade fique livre da desordem, da criminalidade e do tráfico e uso de drogas.

Claudio Frederico de Carvalho

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