O GCM Marcio Ribeiro da Guarda Civil Metropolitana da Cidade de São Paulo, que também é Sargento da Patrulha Rodoviária da Califórnia (Chips)EEUU, apresenta novas diretrizes que incentivam as compressões torácicas de alta qualidade: fortes, rápidas e minimizando interrupções
Em novembro de 2010, Ribeiro esteve na Cidade de Pitangueiras na região de Ribeirão Preto a convite do Comandante da Guarda Civil Municipal de Pitangueiras, para ministrar o curso de Suporte Básico de Vida a seus patrulheiros que não possuíam, repassando o que existe de mais atualizado em Primeiros Socorros e ou chamado nos EEUU de First Responder (Primeira Resposta), vejam as fotos de uma das simulações de adolescente vitima de atropelamento, apresentando uma PCR e Traumas, na porta de uma Escola Municipal de Educação Fundamental.
Foto 01 – Adolescente em PCR estabilizado em Prancha Longa para transporte imediato.
Difundidas mundialmente, as orientações guiam a atuação de socorristas leigos e profissionais de emergência (GCMs) em casos de PCR (parada cardiorespiratória).
Em linhas gerais, o socorro deve seguir a Cadeia de Sobrevivência e seus cinco elos: 1 Passo Reconhecimento imediato da PCR e acionamento do socorro especializado: Resgate Bombeiros - 193,SAMU - 192, ou Ambulância de remoção simples caso o Município não tenha nenhum dos serviços de Emergência,2 Passo RCP precoce, com ênfase nas compressões torácicas,3 Passo Rápida desfibrilação,4 Passo Suporte Avançado de Vida eficaz,5 Passo Cuidados pós- PCR integrados.
O quinto passo, que ressalta o atendimento hospitalar, é uma das novidades do novo consenso, divulgado pelo ILCOR ( Aliança Internacional dos Comitês de Ressuscitação) e ratificado em 18 de outubro de 2010 por diretrizes de entidades como AHA (American Heart Association) e ERC ( Conselho Europeu de Ressuscitação).
As novas orientações coincidem com as comemorações pelos 50 anos de RCP no mundo. Na comparação com o consenso de 2005, as mudanças são sucintas, mas fundamentais para aumentar o número de vidas salvas.
O principal anúncio foi o de alteração na sequência ABC (que corresponde a verificação das vias aéreas, ventilação e compressão torácica), amplamente difundida, até então, nos cursos de Suporte Básico de Vida. As ações continuam as mesmas, mas a sua ordem foi alterada para CAB. Assim, o primeiro contato com a vitima de uma PCR será com compressões, que devem ser fortes e rápidas, minimizando interrupções e permitindo o retorno total do tórax.
Conforme a AHA, a mudança ocorreu porque a maioria das vitimas de PCR fora do hospital não recebe nenhuma manobra de RCP. Um obstáculo para a ação pode ser a sequência ABC, que inicia com os procedimentos que os socorristas acham mais difíceis.
Também as compressões torácicas são retardadas na ABC, o que traz importantes implicações, já que a maioria das PCRs em adultos possuem ritmo inicial de FV (Fibrilação Ventricular) ou TV (Taquicardia Ventricular) sem pulso – quadros que se beneficiam de compressões e desfibrilação precoce. Com isso, o protocolo de “ ver, ouvir e sentir” foi substituído pela identificação de sinais de respiração inadequada ou ausente. Profissionais de Emergência (GCms) devem checar o pulso por,no máximo, 10 segundos.
No Brasil, proporcionalmente, o aumento no número de sobreviventes poderá chegar a 50 mil por ano.
A RCP só compressões começou a ser divulgada em março de 2008, com a publicação de parecer consultivo da AHA. Para Ribeiro, é uma forma alternativa para o GCM que responde primeiro em uma cena de acidente/incidente, o atendimento a vitimas de PCR testemunhada, enquanto aguarda a chegada de ajuda especializada dos bombeiros ou profissionais do SAMU.
O consenso de 2010 contempla também a possibilidade de profissionais de atendimento a emergências presentes na cena não terem meios ou não saberem aplicar as insuflações. Conforme Ribeiro,tal perspectiva refere-se aos profissionais das GCms, que embora tenham responsabilidade implícita de atender vitimas, podem não estar treinados ou equipados para aplicar insuflações.
“É importante reiterar que, para os profissionais das Guardas Civis Municipais, as novas diretrizes da AHA dão ênfase a importância de eles participarem de programas de treinamento para aprimorarem as técnicas e aplicarem a RCP completa. Para isso, a AHA recomenda que seja intensificados os treinamentos para que sejam melhoradas continuamente a proeficiência e habilidades de todos os profissionais que participam, em diferentes níveis, da corrente das chances de sobrevivência cardíaca”adverte.
Foto 02 Segurança de cena, controle do trânsito e estabilização da vitima.
A relação compressão/ventilação permanece em 30:2 (são 30 compressões em 18 segundos, seguidas por duas ventilações de um segundo cada uma). A RCP convencional, com a sequência ABC, ainda deve ser usada para atender vitimas de afogamento e outras causas de asfixia. Em crianças, segundo a AHA, apenas cerca de 5% a 15% das PCRs são atribuídas a FV.
Importante
A qualidade das compressões está associada a habilidade em localizar o centro do peito e comprimir sem dar trancos, de forma cadenciada. Para isso, é necessário expor o peito de forma cadenciada. Para isso, é necessário expor o peito de forma a posicionar as mãos superpostas no ponto correto, entrelaçar os dedos e comprimir, afundando o tórax 5 cm e mantendo uma freqüência continua de pelo menos 100 compressões/minuto, permitindo, entre cada compressão, que o tórax retorne ao volume normal.
O aluno desenvolve essas habilidades por meio de treinamento em manequins de RCP, com ajuda de vídeo e avaliação de instrutor qualificado. Compete ao instrutor auxiliar os alunos a vencerem suas limitações, que podem estar associadas a aspectos individuais que incluem condições físicas, ficar ajoelhado, coordenação motora e força. Outros aspectos que influenciam na qualidade da RCP podem incluir adereços, cabelos longos e trajes femininos muito justos.
É importante lembrar que a RCP demanda esforço físico e o cansaço leva o socorrista a se apoiar sobre o peito da vitima, impedindo que tórax retorne ao normal após cada compressão, isto significa que o sangue não poderá preencher o coração para ser bombeado com as compressões.
Foto: 03
GCM/SP Instrutor Ribeiro (colete laranja) coordenando simulação e atendimento a vitima.
Recomendações:
Componente Adultos Crianças Bebês
Inconsciente, não responsivo (todas as idades)
Reconhecimento Sem respiração ou com respiração anormal
Sem pulso palpado em 10 segundos,para todas as idades
Sequência da RCP C-A-B (compressão,vias aéreas e ventilação)
Frequência de compressão Minimo de 100/minuto
Profundidade da compressão No mínimo,5cm Cerca de 5cm Cerca de 4cm
Retorno do tórax Permitir retorno entre as compressões
Alterar os profissionais que aplicam as compressões a cada
02 minutos (profissionais de emergência)
Interrupções nas compressões Minimizar interrupções nas compressões torácicas
Tentar limitar as interrupções a menos de 10segundos
Vias aéreas Inclinar cabeça e elevar o queixo
Suspeita de trauma: anteriorizar mandíbula
Relação compressão/ventilação 1 ou 2 socorristas 30:2 30:2(GCM)
15:2(GCM Bombeiro
Ou SAMU)
Ventilação: GCM não treinado Apenas compressões
Desfibrilação Colocar e usar o DEA assim que ele estiver disponível.
Minimizar as interrupções nas compressões torácicas antes
e após o choque,reiniciar a RCP começando compressões
imediatamente após cada choque.
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Leve o GCM que é Sargento do Chips para ministrar um curso ou palestra em sua GCM em 2011 envie um convite no e-mail (gcmribeiro@ig.com.br)
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Inspetor Frederico