21 novembro 2023

TESTAMENTO DE LUIS ALVES DE LIMA E SILVA - DUQUE DE CAXIAS

"Em nome de Deus, Amém".

Eu, Luiz Alves de Lima, Duque de Caxias, achando-me com saúde e meu perfeito juízo, ordeno o meu testamento, da maneira seguinte: sou católico romano, tenho nesta fé vivido, e pretendo morrer.

Sou natural do Rio de Janeiro, batizado na freguesia de Inhamerim; filho legítimo do Marechal Francisco de Lima e Silva, e de sua legítima Mulher, dona Mariana Cândida Bello de Lima, ambos já falecidos.
Fui casado a face da Igreja com a virtuosa dona Anna Luiza Carneiro Viana de Lima, Duquesa de Caxias, já falecida, de cujo matrimônio restam dois filhos que são Luiza e Anna, as quais se acham casadas; a primeira com Francisco Nicolas Carneiro Nogueira da Gama, e a segunda, com Manoel Carneiro da Silva, as quais são as minhas legítimas herdeiras.
Declaro que nomeio meus testamenteiros, em 1º lugar, o meu genro Francisco Nicolas, em 2º meu genro Manoel Carneiro, em 3º meu irmão e amigo, o Visconde de Tocantins, e lhes rogo que aceitem esta testamentária, da qual só darão contas no fim de dois anos.
Recomendo a estes que quero que meu enterro seja feito, sem pompa alguma, e só como irmão da Cruz dos Militares, no grau que ali tenho. Dispensando o estado da Casa Imperial, que se costuma a mandar aos que exercem o cargo que tenho.
Não desejo mesmo, que se façam convites pro meu enterro, porque os meus amigos que me quizerem fazer este favor, não precisam dessa formalidade e muito menos consintam os meus filhos que eu seja embalsamado.
Logo que eu falecer deve o meu testamenteiro fazer saber ao Quartel General, e ao ministro da Guerra que dispenso as honras fúnebres que me pertencem como Marechal do Exército e que só desejo que me mandem seis soldados, escolhidos dos mais antigos, e melhor conduta, dos corpos da Guarnição, pra pegar as argolas do meu caixão, a cada um dos quais o meu testamenteiro, no fim do enterro, dará 30$000 de gratificação.
Declaro que deixo ao meu criado, Luiz Alves, quatrocentos mil réis e toda a roupa do meu uso.
Deixo ao meu amigo e companheiro de trabalho, João de Souza da Fonseca Costa, como sinal de lembrança, todas as minhas armas, inclusive a espada com que comandei, seis vezes, em campanha, e o cavalo de minha montaria, arreado com os arreios melhores que tiver na ocasião da minha morte.
Deixo à minha irmã, a Baroneza de Suruhi, as minhas condecorações de brilhantes da ordem de Pedro I como sinal de lembrança e a meu irmão, o Visconde de Tocantins, meu candieiro de prata, que herdei do meu pai.
Deixo meu relógio de ouro com a competente corrente ao Capitão Salustiano de Barros Albuquerque, também como lembrança pela lealdade com que tem me servido como amanuense.
Deixo à minha afilhada Anna Eulália de Noronha, casada com o Capitão Noronha, dois contos de réis. Cumpridas estas disposições, que deverão sair da minha terça, tudo o mais que possuo será repartido com as minhas duas filhas Anna e Luiza, acima declaradas.
Mais nada tenho a dispor, dou por findo o meu testamento, rogando as justiças do país, que o façam cumprir por ser esta a minha última vontade escrita por mim e assinada.

Rio de Janeiro, 23 Abr 1874 -
Luis Alves de Lima
Duque de Caxias.


Fonte: https://www.aman62.com/testamentocaxias.htm

Turma Duque de Caxias, a “TUDUCAX”, egressa da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em 20 Dez 1962.

______________

Caxias ficou confinado em uma cadeira de rodas, enquanto sua saúde piorava cada vez mais, vivendo seus últimos dias na fazenda Santa Mônica, perto da cidade de Valença, interior da província do Rio de Janeiro.[221] Ele morreu às 23h do dia 7 de maio de 1880,[222] cercado por familiares.[223] Pedro II o havia visitado várias vezes durante esse tempo e ficou muito entristecido, comentando sobre seu "amigo de quase meio século" que ele havia "conhecido e estimado desde 1832. Ele tinha 76 anos, quase 77. E assim ficamos neste mundo".[224] Caxias pediu um funeral simples, sem pompa, sem honras, sem pessoas e apenas seis soldados de boa conduta para carregarem seu caixão. Seu último desejo não foi totalmente respeitado: Pedro II enviou uma carruagem usada apenas nos funerais da família imperial, seguida de dezesseis membros da criadagem imperial e treze soldados de boa conduta para carregarem o caixão.[225] Uma grande procissão foi seguida por um funeral com a presença do imperador.[226] Seu corpo foi enterrado junto com o de sua esposa no Cemitério de São Francisco de Paula, na cidade do Rio de Janeiro.[227]


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_Alves_de_Lima_e_Silva


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