Domingo, madrugada do dia 29 de janeiro de 1893.
A pacata cidade de Curitiba,
estava prestes a se deparar com um dos mais bárbaros, e talvez, o primeiro
crime de “feminicídio” com grande repercussão na capital paranaense de pouco
mais que trinta mil habitantes.
O anspençada (antiga graduação militar
intermediaria entre o cabo e o soldado) Ignácio José Diniz, lotado no 8º
Regimento de Cavalaria, durante o seu quarto de hora, ausentou-se do quartel, e
estando enciumado pelo fato de sua namorada e quiçá, futura esposa, ter saído se
divertir com as amigas; ao deparar-se com Maria da Conceição Bueno, na rua Dos
Campos Geraes (atual rua Vicente Machado), num ato de fúria, desferiu um golpe
mortal, quase que decapitando a vítima.
Maria da Conceição Bueno, uma
linda jovem de pele parda, com seus reluzentes 29 anos, natural de
Antonina, e residente em Curitiba, estando amasiada com Diniz. Logo após ser
encontrado o seu corpo sem vida; o clamor público por um julgamento exemplar,
tomaram conta do cotidiano local, e junto com este profundo sentimento de pesar,
nasceu a devoção por uma Santa Curitibana. Hoje passado mais que 131 anos, a fé
nos milagres realizados com a intercessão de Maria Bueno, fazem parte da história
de muitos devotos paranaenses.
O fim de seu algoz, foi merecido,
passou por julgamento, junto ao tribunal do júri, em uma época em que sabidamente
mulher, infelizmente não tinha voz, e era quase que propriedade do seu marido. Contudo
Ignácio, mesmo sendo absolvido no Tribunal do Juri, pelo fato de não ter sido
unanime, acabou cumprindo pena encarcerado e foi desligado do exército.
Durante a Revolução Federalista,
sob a batuta de Gumercindo Saraiva, após sitiar Curitiba, Diniz, conseguiu se
ver livre, porém não sabendo aproveitar a “oportunidade” que a vida lhe
concedeu, de imediato praticou um novo crime, sendo assim conduzido pelas forças
federalista para o pelotão de fuzilamento, onde o ex- anspençada, encontrou o
seu merecido fim.
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Inspetor Frederico