Ele tem 22 anos de carreira na Guarda Municipal de Curitiba, ela tem 20
anos de corporação e, fora do trabalho, os dois possuem 16 anos de uma união
construída em meio a uma trajetória de muita batalha. Apesar da longa carreira
de ambos na Guarda, foi somente neste ano, há exatos dez meses, que o
supervisor do Grupo Tático de Motos (GTM-GM) Edison Bretas Júnior, 42 anos,
passou a ter sob seu comando a esposa e guarda Gisele Rosângela dos Santos
Bretas, 41 anos e, segundo eles, essa mudança foi benéfica tanto no aspecto
emocional, quanto afetivo.
Contrariando as expectativas, ter o marido como chefe só serviu para
reforçar a admiração que a guarda Gisele nutre pelo companheiro. “Eu sempre
respeitei muito o profissionalismo dele e a maneira que ele lida com as
diversas situações do trabalho e, agora, isso aumentou ainda mais”, explica.
Como a função de Bretas é gerencial e Gisele passa boa parte do tempo na
rua de moto, eles não ficam em contato o tempo todo, exceto em ações especiais
como blitz, eventos e trabalhos estratégicos. “É na volta para o trabalho que
acabamos conversando sobre como foi o dia do outro”, comenta Gisele.
Para Bretas, esse companheirismo em tempo integral acaba sendo uma
vantagem em relação aos casais com profissões diferentes. “Temos uma jornada de
12 horas diárias de trabalho e, por vezes, acabamos ultrapassando os horários
por ter que acompanhar pessoas na delegacia ou participar de ações que
extrapolam o horário. Como nós dois vivenciamos isso, a compreensão dessa vida
sem rotina é mais fácil”, compara.
Aliás, o casal Bretas concorda que um dos segredos do casamento deles é
justamente não dar espaço para a acomodação e as brigas. “Não pode deixar cair
na rotina e sempre zelar pelo respeito”, defende Bretas.
Com a vinda de Gisele para o GTM, o casal conheceu uma nova forma de
aproveitar o tempo livre: viajar de moto. “Descobrimos o prazer de viajar de
moto e queremos fazer mais vezes”, garante Gisele.
Profissionalmente, os dois elegem o momento atual como o melhor de suas
carreiras. “Quando ingressamos na Guarda, a população nem entendia muito bem a
nossa função de garantir proteção e, hoje, esse papel ganhou uma função
estratégica, como parte fundamental da política de segurança pública”, compara
Gisele. “E essa confiança foi construída junto às outras corporações e à
comunidade. No nosso trabalho somos treinados para não só resguardar a
população, mas gerenciar conflitos e até prestar os primeiros socorros em
situações de acidentes e conseguir fazer um bom serviço é muito gratificante”,
acrescenta Bretas.
Segundo ele, uma das prioridades do GTM é chegar ao local em que são
solicitados em um tempo inferior a cinco minutos. “Treinamos para que o
deslocamento de moto seja seguro e ágil, em um intervalo inferior a cinco
minutos entre o registro do chamado e a chegada ao local”, afirma Bretas, que
participa do Programa Trânsito Seguro e ainda é uma dos professores dos cursos
a distância do Serviço Nacional de Segurança Pública (Senasp).
E dessa vasta experiência, o casal orienta que o melhor antídoto para
evitar assaltos é a atenção. “Boa parte dos bandidos são do tipo oportunista,
que esperam a oportunidade para fazer abordagem”, informa Bretas. “Andar com
celular na mão ou deixar a bolsa em cima do banco do passageiro no carro são
forma de incentivar a ação de quem está mal intencionado”, avalia Gisele.
Feitos pra durar
A história de amor do casal Bretas deslanchou quase dois anos depois
deles se conhecerem durante a troca de turno. “Demorei para acreditar que
pudesse dar certo, já que ele estava separado havia pouco tempo”, conta Gisele.
Além disso, Gisele não queria sair de casa e deixar a mãe sozinha. Mas
bastaram seis meses para que os dois se convencessem de que aquela história era
viável. “Dou nota nove para o meu marido, para que ele não fique se achando,
mas na verdade ele merece 11”, declara a guarda. Bretas, mais reservado,
corresponde no olhar a admiração por Gisele. Os planos para o futuro incluem
morar na praia ou no campo. “Antes, ainda quero realizar o sonho de cursar
Letras e dar aulas de Inglês”, conta a guarda.
Com duas filhas praticamente criadas, um de 15 anos e outra de 22 anos,
o casal inspira a todos com uma trajetória de batalha dentro e fora da
corporação.
Fonte: http://cacadores.parana-online.com.br/curitiba/amor-e-seguranca/
Magaléa Mazziotti
Magaléa tem 34 anos, formada em 2001 pela Universidade Tuiuti do Paraná. E-mail: magaleam@tribunadoparana.com.br Twitter: @Maga_M
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